Por Cammila Yochabell*

Ao longo dos últimos anos, diversas iniciativas surgiram no Brasil como uma maneira de fomentar e estimular a igualdade de gênero no ambiente corporativo. A título de exemplo, cito o movimento ElesPorElas da Organização das Nações Unidas (ONU) Mulheres em solidariedade pela igualdade de gênero.

Mas, de fato, quando haverá igualdade no ambiente corporativo? Determinados comportamentos da empresa podem ajudar a promover a igualdade de gênero em seu âmbito.

Dados que fundamentam a importância da igualdade de gênero:

Não é de hoje que as mulheres lutam para terem direitos iguais aos dos homens, bem como oportunidades e liberdade. Essa é uma luta que começou no século XIX, tendo o direito ao voto como uma de suas primeiras bandeiras.

Alguns dados fundamentam a importância de se promover a igualdade de gênero na sociedade, aqui incluído as empresas, de uma forma geral. Veja:

De acordo com relatório produzido pela ONU Mulheres em 2019, de título Mapa Mulheres na Política, o Brasil ocupava naquele ano a posição 149 de 188 países no ranking de representatividade da mulher na política. No Congresso Nacional, apenas 15% dos políticos eram mulheres;

Conforme estudo realizado pelo IBGE em 2018, as mulheres ganham 20,5% a menos que os homens, ainda que nos últimos anos esse percentual tenha reduzido;

Um estudo promovido pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revelou que as mulheres têm dupla jornada. Além de ganharem um salário menor que os dos homens, elas ainda precisam lidar com as atividades domésticas;

Segundo pesquisa realizada pelo IBGE em 2016, as mulheres são minoria em cargos de chefia. O estudo apontou que o percentual das mulheres em cargos gerenciais era de 37,8%.

Afinal, quando haverá igualdade no ambiente corporativo:

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A promoção da igualdade de gênero no âmbito corporativo se tornou uma estratégia essencial para a empresa que deseja não apenas igualar as oportunidades, mas também construir uma imagem positiva perante seus públicos de interesse.

Neste contexto, existem algumas ações que configuram igualdade de gênero no ambiente corporativo. Observe a seguir.

Equiparação salarial:

Equiparação salarial, mas sem deixar de considerar a experiência e qualificação de cada profissional. Afinal, um profissional pode ter ampla experiência e ser mais qualificado que o outro, requerendo assim da empresa a adoção de uma política salarial diferenciada. O que não deve existir é uma diferença salarial baseado no gênero de cada talento, o que sabemos que globalmente precisamos equiparar esta questão.

Igualdade de oportunidades:

Tanto mulheres como homens devem ter oportunidades iguais, como acesso a cargos de chefia, por exemplo. Esse é um caminho que pode melhorar a imagem da empresa e garantir que construa um clima organizacional positivo. Além claro, do impacto social e reparação histórica que precisa ser realizada, já que durante muito tempo os direitos das mulheres foram limitados, muitas vezes eliminados da sociedade. Para conseguirmos esta igualdade é preciso termos primeiramente a equidade, ou seja, dar às mulheres as ferramentas adequadas para que então consigamos nos equiparar adequadamente às oportunidades.

Desconstrução de perfil de cargos por gênero:

Os cargos da empresa devem se pautar pelo perfil profissional e não pelo gênero. Por exemplo, deve-se desconstruir a ideia de que determinados postos de trabalho só podem ser exercidos por homens, como eletricista, encanador, piloto de avião etc. Exemplo muito usado é: Desenvolvedor. Por quê não usamos Pessoa desenvolvedora? Ou até mesmo não esquecermos de colocar (a), depois do nome da profissão.

Esses são apenas alguns exemplos que entram na rota da empresa que deseja promover a igualdade em seu ambiente corporativo. Muito ainda precisa ser feito nesse sentido e cabe à organização pensar (com base em sua realidade) em soluções capazes de fazer com que ela seja o local de trabalho ideal tanto para homens quanto para mulheres.

Por uma experiência pessoal, acabei fundando a Jobecam. Um dos motivos de aceitar o desafio de lançar esta plataforma foi a falta de oportunidade que eu tive, enquanto formada em uma área com atuação majoritariamente masculina e sendo rejeitada para atuar no campo. Hoje somos uma plataforma que ajuda as empresas a promover essa igualdade logo na seleção dos talentos. Precisamos olhar e avaliar as competências e diferenciais das pessoas e não para o gênero delas. Estamos comprometidos com 3 objetivos da ONU, e um deles é a igualdade de gênero.

Cammila Yochabell, fundadora e CEO da Jobecam
Divulgação

*Cammila Yochabell é fundadora e CEO da Jobecam


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