Olá!

No mês de outubro, em razão do “Outubro Rosa”, eu sempre gosto de falar sobre a importância do Poder Feminino, afinal, empoderamento tem tudo a ver com autocuidado e com saúde física e emocional. Tanto é que, lá no Universo do Autoconhecimento ( www.universodoautoconhecimento.com.br ), disponibilizei uma jornada com 30 conteúdos só para mulheres que desejam despertar para o poder feminino que lhes é inerente. Mas, se você nunca foi a fundo neste tema, vamos conversar sobre isso?

Para começar, vamos a um exercício de quebra de paradigmas: empoderamento feminino não tem relação direta com feminismo e nem com femismo, ou seja, para se empoderar, você não precisa ser feminista (seja lá qual for sua compreensão de feminismo) e nem precisa (aliás, nem deve) desejar que os homens sejam subjugados pelas mulheres. 

É evidente que se, hoje, podemos falar sobre o nosso poder e se podemos lutar pelo nosso próprio espaço, devemos muito às guerreiras e corajosas mulheres que nos precederam, afinal, não tem muito tempo, essa liberdade não nos era autorizada – uma realidade que só começou a mudar graças a todas aquelas que abraçaram essa luta muito antes de existirmos.

Então, dito isto, essa é a primeira noção que ainda precisa ganhar força entre as mulheres: o Poder Feminino não tem a ver com se sobrepor aos homens ou à sociedade. Ele é o seu canal de acesso a si mesma e ao seu melhor e, por isso, de acesso à sua autoconsciência. E é justamente com autoconsciência que você consegue despertar e usufruir do seu melhor, dos seus verdadeiros potenciais, ficando imune às invalidações que praticamente toda mulher sofre desde que nasce.

O poder feminino na história – e por que ele é importante

Desde pequenas, culturalmente, vemos as meninas sendo criadas para serem mais submissas, para exigirem menos, para obedecerem mais às regras, recebendo muitas e muitas pressões sociais que, por fim, as impedem de acessar todo o seu potencial feminino. Muitas de nós, mulheres, no fundo, ainda continuamos presas ao paradigma da liderança masculina – como se o padrão masculino fosse o melhor ou o único viável. E isso impacta todos os âmbitos das nossas vidas, inclusive no aspecto pessoal, leia-se afetivo, familiar e, também, profissional.

Ou seja, embora haja o crescimento das discussões sobre o assunto e do fomento ao Empoderamento da mulher, essa missão fica complicada se nós mesmas continuarmos tendo a liderança masculina como única referência.

Evidentemente, nós mulheres merecemos nosso espaço. Isso é indiscutível. A maneira como essa conquista vai se dar e tem se dado é que merece nossa atenção. Continuo a notar que muitas de nós, sem perceber, vivemos sobre o prisma de “sermos melhores”, de “provar nosso valor” em relação aos homens. Nós pegamos um modelo de homem bem-sucedido e colocamos saias. Isso ainda não é empoderamento.

Tenho feito essa ressalva há bastante tempo porque eu também precisei quebrar crenças para me apropriar do meu “poder feminino”. Eu também entrei no mundo do trabalho referenciada no poder masculino e acreditando que precisaria aderir a esse modelo, porque, afinal, seria a única forma de chegar ao sucesso profissional.

Foi o processo de Autoconhecimento e de autoconsciência que me despertou para o fato de que esta minha crença e comportamento eram incrivelmente autolimitantes! Cada vez que eu reproduzia a liderança masculina, eu boicotava um pedacinho de quem eu era, de fato.

Desenvolver meu poder feminino me ajudou a encontrar meios para redefinir minha autoestima como mulher e crer em novas possibilidades. Precisei criar uma forma de me sentir lado a lado, de me sentir 50%, responsável pela minha parte.

O que quero dizer com isso é que é possível se apropriar de suas capacidades femininas e adquirir ainda mais firmeza e segurança – e isso, por si só, já é uma grande conquista! Tudo isso tem a ver com encontrar a força inata do feminino. Em vez de reprimi-la, usá-la a favor de si mesma e da construção de uma sociedade efetivamente mais igualitária.

O poder feminino para você – e por que ele é importante

Acho que agora já está claro: o Empoderamento Feminino existe para quebrar qualquer paradigma, por meio do autoquestionamento e autoconhecimento, pois possibilita termos novas atitudes. Uma vez consciente da força que possuímos, passamos a assumir com propriedade o nosso lugar no mundo sem ter que implorar por ele ou impor a nossa vontade sobre a do outro.

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As mulheres empoderadas são aquelas com autoestima elevada e amor-próprio garantido. A mulher PODE estar e fazer o que QUISER, onde QUISER, com quem QUISER. Isso é orgulho de ser quem se é, é aceitar-se profundamente, o que é fundamental para o empoderamento. Aliás, o empoderamento me garante que não preciso seguir nenhum dos estereótipos que já existem.

Eu CRIO quem sou e POSSO criar um novo jeito de SER sempre que assim desejar, sem referências externas: serei sempre aquilo em que eu mesma resolver me transformar.

E o meu convite, hoje, é que você faça o mesmo: que crie quem quer ser, sabendo que pode ser o que quiser e que pode transformar esse jeito de ser sempre e quando desejar – sem nenhuma referência externa, afinal, você é dona de si!

E venha sem medo. Na maioria das vezes, o medo é um grande entrave ao empoderamento. O receio de perder o lugar que ocupamos na família, no trabalho, nos grupos aos quais pertencemos nos barra, impede nosso crescimento e nossa mudança. Resultado? Continuamos a viver referenciados no que vem de fora sem atender aos nossos anseios e vontades mais profundas.

Então, se você também quer se empoderar, em primeiro lugar, volte a atenção para si mesma. Questione-se para descobrir com quem e como você aprendeu a ser a mulher que você é hoje, com tudo o que existe de bom e, também, com tudo aquilo que gostaria de mudar a seu respeito.

O que você entende por ‘ser mulher’ e de onde vêm suas crenças?

Relembre qual era o papel que ocupava na sua casa na infância, por exemplo, e como seus pais lhe tratavam. Será que você foi aquela bonequinha, a filhinha do papai ou da mamãe, a boa estudante, a menina exemplar ou a rebelde? Afinal, qual foi o rótulo que você recebeu enquanto menina?

Passada essa etapa de análise do seu “eu”, o segundo passo é verificar se esse espaço que você ocupava na infância era de muito ou pouco poder, e qual era a sua relação com os homens à sua volta.

Você preferia não ser mulher para não ter que passar por certas situações? Ou você se sentia em uma redoma de proteção pelo fato de ser mulher?

Afinal, a criança que você foi um dia acreditava que ser mulher era bom? Por quê? E, na visão dela, quais eram os entraves inerentes que enfrentava ou enfrentaria só porque era mulher?

As crenças e verdades da menina que você já foi continuam aí dentro, inconscientemente manifestando suas vontades. Olhe para ela. É com ela que você precisa conversar para compreender a mulher que se tornou hoje, cheia de qualidades e de capacidades, mas, também, repleta de pré-conceitos a respeito de si mesma.

Respire, olhe para você, nem como vítima nem como algoz, apenas mulher. Suficientemente mulher, nem muito, nem pouco, nem grande, nem pequena, nem fraca, nem forte, nem mais, nem menos. Você, com o seu poder feminino, seja lá qual for!

Vamos juntas?

Heloísa Capelas é CEO do Centro Hoffman e%2C há mais de 35 anos%2C está à frente do Processo Hoffman no Brasil.
Arquivo Pessoal/Heloísa Capelas

Heloísa Capelas é CEO do Centro Hoffman e, há mais de 35 anos, está à frente do Processo Hoffman no Brasil.



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