De bancária à maior especialista em autoconhecimento do Brasil

Quem vê hoje a Heloísa Capelas, empreendedora, escritora, palestrante, coach, master practitioner em PNL, expert em processos humanos transformativos, consteladora sistêmica, terapeuta familiar, estudiosa das neurociências e CEO do Centro Hoffman, não imagina que um dia ela já foi bancária e quase se aposentou na função. “Realizei, na realidade, um sonho do meu pai. Ele era um feminista que ensinou, a mim e a minha irmã, que não deveríamos nunca depender financeiramente de um marido, nem de ninguém. Que, portanto, deveríamos trabalhar e crescer na vida profissional para que pudéssemos pagar nossas próprias contas e ter a nossa autonomia. E foi exatamente isso que fiz. Entrei no banco e trabalhei incansavelmente até o dia em que não deu mais”, conta.

Graduada em Assistência Social e pós-graduada em Administração com ênfase em Recursos Humanos, foi questionada por muita gente por sua decisão. Mas ela estava decidida. Mesmo faltando apenas dois anos para se aposentar, tinha certeza de que era hora de dar uma guinada em sua carreira profissional e fazer algo que a preenchesse, que lhe fizesse ter amor e orgulho. E esse algo tinha nome e sobrenome: Processo Hoffman da Quadrinidade, treinamento do qual participou pela primeira vez em 1992, se apaixonou e decidiu que seria seu propósito de vida.

Heloísa Capelas e o Processo Hoffman

O Processo fez com que Heloísa reconhecesse os padrões de comportamento que lhe eram prejudiciais. Ele abriu seus olhos e seu coração para todas as autopunições que cometia impulsiva e inconscientemente. “Ele me permitiu perdoar, a mim mesma e as minhas pessoas queridas, por tantas dores e mágoas que carregava sem nem perceber. E, então, me deu a chance de escolher para aonde queria ir. Entre tantas outras mudanças a que me propus, com certeza, meu destino profissional não poderia mais ser o banco”, revela.

Foi então quando decidiu bater à porta da Marisa Thame, que, à época, era responsável pelo Processo Hoffman em São Paulo, para pedir emprego. “Ela me contou que não teria como me contratar naquele momento, mas eu insisti. Disse que trabalharia de graça. E assim fiz até que, enfim, já estivesse tão inserida na empresa que ela não tivesse outra escolha a não ser me contratar”, lembra.

Com os anos, se tornou professora do Processo Hoffman e especialista na metodologia Hoffman. Trabalhou como braço direito da Marisa até seu falecimento. Teve o prazer de ser escolhida, por ela, para ficar com o Centro Hoffman, seu grande legado, através do qual aplica o Processo Hoffman e tantos outros treinamentos de autoconhecimento, inteligência emocional e inteligência comportamental.

A Virada na carreira e na vida

O ponto da virada na vida profissional da CEO do Centro Hoffman veio, na realidade, de uma experiência muito difícil e desafiadora na sua vida pessoal. Sua filha mais velha, Beatriz, começou a ter convulsões a partir de 1 ano e 8 meses de idade, quando ela estava grávida da sua segunda filha. “Nem todos os recursos que investimos, nem todos os médicos e tratamentos aos quais recorremos, nada nunca foi suficiente para curá-la. Até hoje, aos 38 anos, a minha filha ainda convulsiona, o que a tornou deficiente. Essa foi a experiência que transformou tudo o que eu era, dentro e fora do campo profissional, para sempre e para o meu bem”, conta. “Entre tantas coisas maravilhosas que aprendi com a Bê, uma das mais importantes foi a compreensão de que nós não temos a vida sob controle. E que, portanto, é preciso desenvolver resiliência. É preciso assumir a responsabilidade por nossas escolhas para que possamos nos adaptar ao que nos acontece, quando nos acontece”, enfatiza.

Por 10 anos Heloísa Capelas viveu completamente perdida diante daquilo que vivia com suas filhas. Seu casamento estava ruído, suas relações mais ainda. Ela já não tinha a menor motivação com trabalho ou qualquer outra coisa. “Foi quando alguém me colocou praticamente frente a frente com o espelho e me mostrou o quanto eu havia desistindo de mim e dos meus sonhos. Foi ali, naquele momento, que eu precisei tomar uma decisão: estava na hora de fazer algo por mim, afinal, ninguém mais poderia fazê-lo. Estava nas minhas mãos batalhar pelo meu sucesso e minha felicidade”.

Dificuldade e Superação

Uma das maiores dificuldades na sua trajetória aconteceu no momento que antecedeu o lançamento do seu livro “O Mapa da Felicidade”. Seu terceiro filho, Rodolpho, foi diagnosticado com uma recidiva de um linfoma e, mais ou menos ao mesmo tempo, ela recebeu o diagnóstico de câncer de mama. “A dor e o medo tomaram conta de mim e da minha família e, então, eu simplesmente me autorizei a viver aquilo tudo. Mas, tão logo me foi possível, voltei os olhos para dentro e me perguntei: para que isso tudo está acontecendo? Para que isso tudo me serve?”, recorda. “Foi, então, que recebi um presente do universo, que me conectei a uma fonte inesgotável de amor, de compreensão e de perdão. Quando eu procurei o “para que” em vez do “por que”, tive a oportunidade de me conectar a um aprendizado único, raro e valioso. E foi esse aprendizado que compartilhei no O Mapa da Felicidade”, obra que se tornou best-seller.

Autoconhecimento para empreender

O ensinamento que a Heloísa Capelas deixa para quem quer empreender é investir em autocenhecimento antes de iniciar qualquer negócio, voltando os olhos para si e respondendo com honestidade as perguntas: Quantos e quais riscos terá de correr? Quais caminhos terá de seguir e quais decisões terá de tomar? Quais recursos você já tem e quais ainda lhe faltam? Quantas e quais pessoas terão de lhe acompanhar nessa missão? E se não der certo, você tem força, disposição e recursos para começar de novo? “Veja como o processo do autoconhecimento é importante e necessário. Ao responder essas questões, com honestidade e sem exagerar na autocrítica, o que você obtém é uma estratégia emocional para viabilizar o seu plano. Ganha, também, a oportunidade de identificar seus próprios talentos e limites. E, então, ciente das suas possibilidades, poderá desenvolver e acessar todos os recursos internos que necessitará nesta trajetória”, finaliza.