Como aumentar a produtividade na pandemia

São muitos os empreendedores que estão passando por esse grande desafio, em ter que manter ou aumentar a produtividade dos seus negócios, sem contar com a integralidade do quadro dos empregados. Esse artigo tem o objetivo de sugerir um passo a passo, alinhando os procedimentos a legislação trabalhista. É preciso que se considere, que não adianta resolver um problema, gerando outros.

O que fazer?

Primeiro passo: O empreendedor deverá fazer um exercício simples, que consiste em visualizar o negócio de cima. Imagine-se sendo um drone sobrevoando a empresa. Observe o fluxo da sua empresa; todo o fluxograma para que a mesma atinja a sua atividade-fim, para que se entenda toda a operação.

Segundo passo: Ensina o livro antifrágil, de Nassim Taleb, que é mais difícil lidar com a abundância do que com a escassez. Portanto, busque ânimo para enfrentar esse momento do covid-19 usando de muita motivação. Tenha gratidão por estar vivo, com saúde e com um mar de oportunidades pela frente. Se estimule e gere ânimo na sua equipe.

Terceiro passo: Considere a quantidade reduzida de empregados e redistribua as funções e demais responsabilidades. Nada formalize ainda. Esta fase é a de testar primeiro a prática das suas ideias. Teste. Depois é que vem a formalização.

Quarto passo: Se a solução que foi testada e aprovada deu certo, siga para o teste de stress. São muitas as soluções que funcionam num fluxo normal, mas num primeiro aumento de demanda a solução trava. Para que isso não aconteça, simule o aumento da demanda e tente entender se as soluções persistem atendendo aos objetivos da empresa.

Quinto passo: O momento agora é o de calcular os custos do “homem hora” da sua empresa, depois desse redimensionamento do quadro de pessoal e repartição das tarefas. É preciso que se verifique o custo da hora de funcionamento da empresa. Faça uma conta simples, considerando a despesa com a atual folha de pagamento e verifique se a previsão de receita comporta pagar as despesas, para que a empresa não “rode no negativo” com as suas soluções.

Sexto passo: Faça mais uma simulação do faturamento da empresa, o mais pessimista e o mais otimista, tire uma média. Eu costumo denominar esta etapa de “sepultura”. Se a sua empresa está de barriga para baixo da “sepultura”, é porque a conta não fecha. A receita na medida em que aumenta, poderá gerar o aumento das despesas e por isso a conta fecha negativamente. Logo, é necessário que se resolva essa equação. Se a empresa estiver de barriga pra cima, ou seja, quanto mais fatura mais lucra, quando mais cava mas rápido sairá da “sepultura”. Se a demonstração for positiva, siga em frente e vamos trabalhar, porque o sucesso será uma questão de tempo.

Sétimo e último passo: Após todas as etapas, a empresa agora deverá formalizar o que foi exaustivamente testado na prática. Faça a formalização da seguinte maneira:

a) Escreva um descritivo de cada função, com as novas atividades;

b) Verifique se as novas atividades trazidas para o contrato de trabalho do seu empregado, necessita um ajuste do Código Brasileiro de Ocupações (CBO);

c) Se houve aumento das responsabilidades e das atividades dos empregados, o correto é que a empresa preveja um aumento salarial (de 15% a 20%);

d) Faça um termo aditivo ao contrato de trabalho, prevendo as alterações e o aumento salarial;

e) É necessário que estes documentos, o descritivo de função e aditivo ao contrato de trabalho, sejam assinados;

f) Formaliza na Carteira de Trabalho;

Observo que a sugestão de aumento salarial, mesmo num momento de uma gravíssima crise e de perda de faturamento, se dá por considerar que o empreendedor precisa compreender que ele ao redistribuir as tarefas (dos ausentes ou dos empregados que foram demitidos) aos empregados que ficam, haverá uma alteração do contrato de trabalho original e com isso é recomendável o reajuste salarial, adequando o aumento de obrigações ao aumento de salário.