Muito se fala sobre empoderamento feminino, mas pouco se diz sobre uma das ferramentas mais poderosas que sustentam o protagonismo das mulheres nos negócios: a conduta pró-social.
Esse termo, ainda pouco conhecido fora das rodas acadêmicas, representa comportamentos intencionais de ajuda ao próximo, como apoiar, dividir, acolher e colaborar — sem esperar uma retribuição imediata. Em resumo, é agir com generosidade estratégica. E se existe um território fértil para essa conduta florescer, ele se chama empreendedorismo feminino.
Durante décadas, o modelo masculino de gestão foi colocado como único e inquestionável: competitivo, racional, centrado em metas. Mas mulheres chegaram aos negócios trazendo uma força diferente — a da conexão, da intuição e do cuidado. E o que antes era visto como fragilidade, hoje se revela diferencial competitivo.
Tenho o privilégio de estar há mais de 40 anos no mercado — como empresária, mentora de mulheres e colecionadora de histórias transformadoras. Se tem algo que aprendi nesse tempo, é que a mulher empreendedora que prospera de verdade é aquela que prospera junto com outras.
Já vi mulheres abrirem portas com a bolsa na mão e o bebê no colo. Já vi negócios nascerem de rodinhas de café e se tornarem franquias. Já vi mulheres que mal tinham coragem para subir num palco se tornarem vozes potentes de suas comunidades. E em todas essas trajetórias havia um elo invisível: a conduta pró-social de alguém que acreditou, incentivou, compartilhou conhecimento e disse vai que o palco é seu .
É por isso que acredito tanto em redes de apoio, coletivos femininos e mentorias colaborativas. Não é sobre “ajudar por ajudar”. É sobre entender que o sucesso de uma é combustível para a jornada de muitas. Que empatia é mais do que uma virtude — é uma ferramenta de crescimento e inovação.
Na minha história, o que me trouxe reconhecimento, prêmios, presença internacional e parcerias valiosas não foi apenas minha expertise técnica. Foi minha capacidade de conectar, inspirar e multiplicar caminhos.
Como empresária, posso afirmar que negócios guiados por conduta pró-social têm mais saúde emocional, menos rotatividade de equipe, mais reputação e muito mais alma. E vamos combinar: quando uma empresa tem alma, ela sobrevive a qualquer tempestade.
Se você, mulher empreendedora, quer prosperar, comece olhando para quem está ao seu redor. Estenda a mão, indique, elogie em público, compartilhe uma ideia. Pode parecer pequeno, mas é revolucionário. Porque empreender não é sobre subir sozinha — é sobre construir degraus coletivos.
E que fique claro: gentileza não é fraqueza. Cuidar não é ser menos estratégica. Apoiar não é perder tempo. É multiplicar futuro.
Portanto, se for pra revolucionar o mercado, que seja com salto no pé, brilho no olho e conduta pró-social na veia. Porque juntas, somos imparáveis. E generosas, somos inquebrantáveis.