Thales Zanussi, fundador e CEO do Mission Brasil
À medida que as empresas buscam novas maneiras de motivar seus colaboradores e engajar seus consumidores, o conceito de gamificação vem ganhando espaço no mundo corporativo. Segundo a Newzoo, mais de 3,3 bilhões de pessoas em todo o planeta jogam, seja em celulares, consoles ou computadores. O dado revela uma oportunidade estratégica para as corporações, que estão inserindo elementos altamente presentes nos jogos, como a competitividade (saudável, claro) e o entretenimento, em sua rotina a fim de promover melhores resultados.
O processo de gamificação consiste na aplicação de dinâmicas e mecânicas de jogos em contextos não relacionados ao entretenimento como, neste caso, o ambiente corporativo. As práticas envolvem inclusive a criação de sistemas de recompensas, como desafios e rankings, estimulando o cumprimento de metas e a melhoria da performance individual e coletiva da equipe. Dessa maneira, a estratégia pode ser usada tanto para aprimorar a experiência dos consumidores, quanto, principalmente, impulsionar o desempenho das equipes internas, criando um senso de prioridade e colaboração entre times.
A relevância da prática pode ser comprovada pelos próprios resultados mensurados dentro de diferentes nichos de mercado. De acordo com o portal Finances, por exemplo, empresas que utilizam gamificação junto às suas equipes de vendas alcançam uma taxa de conversão até sete vezes maior em comparação com as que não adotam tal prática. Indo além, um estudo da Talent LMS aponta que 83% dos colaboradores que participam de treinamentos gamificados se veem mais motivados no dia a dia de trabalho.
Isso acontece porque a gamificação traz uma série de benefícios. Entre os principais a ampliação da produtividade, maior integração entre as equipes e um ambiente de competição saudável. Sem contar que a estratégia também melhora o entendimento sobre o propósito da empresa e incentiva a criação de times de alta performance, tudo isso com foco no cumprimento de metas.
Porém, para que funcione bem em qualquer companhia, é preciso planejar a sua implementação com cuidado. Definir objetivos claros, estabelecer regras para o “jogo” e estar aberto a feedbacks são alguns passos essenciais para garantir que a gamificação não ‘flope’. Sendo mais específico, é fundamental que as empresas evitem prometer mais do que podem entregar. Isso porque caso os benefícios sejam difíceis de serem concretizados ou se as recompensas não forem atraentes o suficiente, poderá haver um efeito reverso onde a frustração e desmotivação entre os colaboradores fique evidenciada.
Até por conta disso, o uso de plataformas tecnológicas especializadas também é fundamental para as empresas conseguirem gerenciar as operações gamificadas. Por meio delas é possível acompanhar os resultados em tempo real e garantir que as metas estão sendo atingidas e, consequentemente, os prêmios entregues de forma assertiva.
Desde que seja aplicada de maneira correta, a gamificação é uma ferramenta poderosa para o mercado corporativo. Com um bom planejamento e o suporte de plataformas específicas, as companhias podem potencializar sua rotina de trabalho e alcançar resultados muito mais expressivos. Trata-se de uma ótima estratégia para atingir o próximo nível de performance e resultados.